game over?

humm... acabei de perguntar o nome para uma pessoa ao telefone e ao desligar já me vinha outra pergunta: qual era mesmo o nome...?! Peguei as chaves de casa, deixei sobre a mesa e na hora de sair não conseguia lembrar onde estava. Ai meu Deus, não liguei para a Kelly que está doente, e o Roberto vai ter que me perdoar por ter esquecido de responder sua mensagem. Ops, peraí acabei de ler que a memória tem data de validade! Ahhhh, não, não é data de validade! É que ela sofre com o decorrer do tempo.

Hahaha ...final dos tempos, então eu diria! Pior que isso, ainda li que os cientistas afirmaram que viver num ambiente urbano reduz a capacidade da memória em 70% e que a solução seria se mudar para o campo ou passar alguns minutos por dia contemplando a natureza. Tô fudido!

Putz agora percebi que nunca me dei conta de fazer isso! Então daqui a pouco minha máquina aqui estará me dando um game over?! Sempre estive em busca de novidades, atrás de noticias, informação. Agora com essa notícia significa dizer que esse mundo intenso em que vivo lotado de novidades também pode me prejudicar?

Ok, então, vou parar por uma hora....humm...pensando bem, isso é muito longo de cara. Acho que vou começar com 10 minutos e daí vou aumentando até chegar a 1 hora diária! Vamos lá, pausa para observar as árvores das entrequadras, olhar o céu azul da cidade...Sabe que até que não é má idéia. Ah, mas está faltando músicas ao ouvido....ok, ligando...and play! Hum....essa não, essa também não...Peraí qual é mesmo o novo single que está sendo mais tocado na billboard que eu vi no site hoje? Ih esqueci! Então já chega! Tempo gasto: 30 segundos.

Aos amigos, então um lembrete: a vida urbana tem reduzido minha capacidade de esquecer sua data de aniversario, de que eu peguei emprestado aquele DVD e aquele livro que esqueço sempre de devolver e que no momento já nem lembro mais em que capítulo estou. Ah, ainda teve aquele compromisso que tínhamos marcado semana passada e acabei não ligando para confirmar! Também, olha só: semana passadaaaaaaa...é muito tempo! Pronto, tá tudo explicado e perdoado, certo?

Não! Agora me resta LEMBRAR que por mais que me sinta completamente perdido, esquecido, atarefado ainda sim me resta um pouco de sanidade mental para dizer que se tenho sido um Google ambulante é exatamente para mostrar que estou melhorando como pessoa buscando informações e fazendo conexões nesta grande rede, antes de tudo humana, para ser plenamente capaz de quebrar preconceitos e reduzir distâncias seja ela de que tipo for.

Pensando bem acho que minha memória não anda ruim...

"Como se nada tivesse acontecido", será?

Carla tinha terminado recentemente seu namoro e num dia qualquer ao chegar em casa sua irmã veio com a notícia de que tinha encontrado o ex de Carla e que ele estava muito triste pelo fim do namoro e que gostaria de muito de falar com ela. Apesar de Carla ter hesitado um pouco, acabou fazendo a ligação. E para sua surpresa seu ex estava no Canadá feliz da vida com amigos.

Esse foi o cenário para o surgimento de "Quelqu'un M'a Dit", música do primeiro cd de Carla Bruni que a transformou em estrela da música na França e no mundo inteiro. Nela, ao som bem folk de violão Carla canta “alguém me disse...Que você ainda me ama, foi alguém que me disse que você ainda me ama. Seria isto possível então?” (quelqu'un m'a dit Que tu m'aimais encore, C'est quelqu'un qui m'a dit que tu m'aimais encore. Serais ce possible alors ?)

Isto foi em 2005, desde então Carla já lançou três cds, sendo um em inglês em 2007 e o mais recente, ano passado, em francês. Eu só vim descobrir todos os atributos de Carla Bruni de voz suave e muito envolvente quando ela apareceu na cena política como a esposa do presidente francês Nicolas Sarkozy e apresentada pela imprensa como : modelo/cantora/e diva.

O mais recente trabalho, de título “Comme Si De Rien N'Etait” (como se nada tivesse acontecido) traz música dedicada ao esposo com o título “Tu Es Ma Came” (você é meu vício) e ela usa e abusa da poesia para transmitir o profundo afeto trocado com o marido já na primeira estrofe: Você é meu vício, o meu produto tóxico a minha volúpia suprema, o meu encontro preferido e meu abismo. “Tu es ma came, Mon toxique, ma volupté suprême, mon rendez-vous chéri et mon abîme...”

E a forma poética de Carla não pára por ai, logo na primeira faixa, essa cantora de 40 anos relata o seu olhar sobre a juventude em “Ma Jeunesse” , “mas em meu olhar para a minha juventude grave, Ela me disse: "O que fizeram com nossas noites? O que você fez com as nossas noites de aventura? Agora, o tempo tem a sua tampa".

Em suma, é um cd doce, refinado como Carla para aqueles dias que se tem vontade de se fazer um jantar a luz de velas no dia dos namorados. Quem tiver um tempinho para parar no feriado e curtir algo leve e extremamente romântico a voz e as letras dessa cantora podem ajudar, e muito!

o retorno das camisetas golas v

Às vezes tento não lembrar dos meus enormes gastos mensais com livros e revistas sobre moda e estilo. Além disso, gosto estar atento acompanhando as semanas de moda daqui e pelo modo pelo mundo a fora para fazer jus ao titulo de internacionalista conquistado nos longos 4 anos da faculdade. Sim, curto demais esse assunto!

E pensando nisso resolvi postar algo voltado especificamente sobre a tendência masculina que surgiu nos anos 70, foi bastante difundida na década de 90 e depois disso ficou mais restrita aos guarda roupas mais fashions até retornar mais pop, acredito eu, em 2007: as camisetas golas V.

Só para esclarecer elas existem em três tipos: a crew neck (apertada no pescoço), v neck (gola v normal como essa aí da foto acima com Zac Efron) e a Douchbag neck (gola v com decote mais no torax).

A partir daí é só escolher o melhor modelo para cada tipo de pessoa e arriscar também mais com as estampas e cores. Só é bom lembrar que os com decote maior ficam bem melhores nos mais baixos e que estão com uns quilos a mais porque definitivamente alongam mais a região do tórax. Já os magros e altos devem fugir dessa aí caso não queiram transmitir uma imagem mais magra.

O mais engraçado foi que em minha busca de camisetas golas v pela cidade mês passado, acabei me deparando com a escassez delas nas lojas. Então, para não ficar à mercê dos lojistas, mandei fazer as minhas. Agora com a nova coleção de inverno chegando é que teremos algumas boas opções, como as da Calvin Klein, foto abaixo.

Dá também pra se ter uma noção de como juntá-las a um guarda-roupa outono inverno. Zac Efron tem usado e abusado delas com muito bom senso, não acha?!

Should I stay or Should I go?

Acordei ainda meio tonto da noite anterior e pra variar atrasado para o trabalho. E por incrível que pareça depois que liguei a tv, sempre faço isso pela manhã para ir me ajudando a realmente a acordar, o canal de música exibia o clipe Thank you de Dido e o refrão “I drank too much last night, got bills to pay, My head just feels in pain... I'm late for work again…” soava como algo que queria me lembrar que nova batalha do dia começava , só que desta vez tinha algo novo no ar.

O happy hour no meio da semana à noite tinha sido mesmo não calculável e pra lá de satisfatório! Falo isso porque como a gente se acostuma a sair só nos finais de semana e cria meio que uma rotina só de sextas e/ou sábados/domingos. Enfim, me deixei embalar por essa oportunidade dentro de um ambiente de música que permitia bem mais que o balançar da cabeça, mas também ótimo papo que dava lugar a ótimas risadas e descontração que de longe me distanciavam da correria e insatisfações enfrentados durante o dia. Me dei conta de que sair com amigos e conhecer pessoas novas é uma atividade que deve ser constante em qualquer agenda de um ser humano! Ainda mais se o outro ser humano que estivermos conhecendo vier com o bônus das proporções harmônicas, se é que me entendem... J.

Então, já agitado por algumas doses etílicas e ajudado pelo DJ que acabou me dando uma forcinha e arrancando do baú uma música das antigas do The Clash que com certeza todos já devem ter ouvido por aí “Should I stay or Should I go now?” Esse era mais que um incentivo que precisava ouvir naquele momento em que avistava minha paquera. Pois não é que funcionou? Eu definitivamente fui...resultado: cem por cento de aproveitamento!

Voltando ao início da história, logo que pude fui então me ocupar de algo já bem comum nos dias atuais: verificar a ficha da paquera na internet. Mas engana-se quem acha que estou me referindo ao Google. A verdade é que depois da existência de redes de relacionamentos a facilidade de se encontrar o perfil online de uma pessoa só aumentou. E como eu só possuía o primeiro nome, fui tentando lembrar de alguma informação trocada em meio aos beijos e bons amassos da noite anterior. Fui pesquisando desde a comunidade do local em que nos conhecemos até uma busca mais livre apenas digitando o primeiro nome na seção busca do site de relacionamento. Pois não é que deu certo! A foto meio que 3x4 surgiu rapidamente no rol de nomes relacionados aparecendo junto ao “ah, aqui está você!” saindo na minha mente e fui imediatamente fazer um estudo no perfil com as informações que foram disponbilizadas.

Mas nem tudo que reluz é ouro. Ops, não estou agora me referindo ao perfil que dissecava com empolgação. O que me preocupava naquele momento era o que a outra pessoa pensaria ou que conclusões tiraria quando ela descobrisse que eu tinha feito tal pesquisa. E ainda, como eu seria julgado caso eu adicionasse seu MSN pelo fato de tê-la encontrado neste site de relacionamento. Teria sido eu muito rápido? Seria uma forma desesperada de mostrar interesse? Isso queima filme? Should I stay or should I go?

Bem, no meu caso eu continuei seguindo, mesmo com as dúvidas me rondando. Ah, e o resultado disso? Quem sabe conto em outro post. :-*

Shakspeare à brasileira

De posse do folder explicativo da peça nas mãos e devidamente acomodado no teatro a peça medidas por medidas começou com alguns minutos de atraso. Com um cenário inusitado cheio de estruturas metálicas e personagens espalhados e parados pelo palco foi iniciada a encenação. Aí surgem Luis Salem, Nildo Parente, Ricardo Blat e Celso André que iniciam a trama em torno do Duque (Luis Salem) que decide deixar Viena e passar o governo às mãos de Ângelo (Ricardo Blat) e de Éscalo (Nildo Parente) para se colocar um limite à corrupção moral dos cidadãos, o que faz Ângelo (Ricardo Blat) ressuscitar a pena de morte por atos de fornicação. E o primeiro caso que surge é o de Cláudio (Gustavo Wabner - foto) cuja noiva Julieta está grávida.

A partir daí os atores se revezam utilizando-se de uma linguagem pop, mas nada coloquial para o texto traduzido de Shakespeare que volta e meia arranca risadas da platéia e dirigido por Gilberto Gavronski. O que é interessante de se ver é que a tragicomédia shakesperiana fala da corrupção moral da cidade em que se torna algo tão atual em qualquer momento da história da humanidade. Além disso, a peça por mais que se perceba que não existe um protagonista, Luis Salem rouba a cena e encontra a comédia no papel de Monge o que permite grandes e boas gargalhadas ainda mais quando é embalado pela trilha sonora em que aparecem as vozes de Madonna, Cindy Lauper e Freddie Mercury e iluminação a laser no palco.

Como nos originais de Shakespeare a peça toda é encenada por homens e não remete a idéia de uma grande comédia, porque suas peças nunca foram por assim dizer desta exclusividade. Pode-se ainda comentar é que transformar homens em mulheres no palco não é algo fácil de se fazer, porque se acaba fugindo da naturalidade feminina e tranformando-os em travestis, mas pelo esforço dos atores em cena isso pode ser facilmente revertido ainda mais quando se entende o espírito shakesperiano.

Data: de 3 a 26 de Abril de 2009
Local: Centro Cultural Banco do Brasil Brasília - SCES, Trecho 2, Lote 22, Brasília.
Dias e horários: de quinta a sábado às 21h e domingo às 19h.
Duração: 80 minutos.

R$15,00 e R$7,50 (para estudantes, pessoas com mais de 65 anos e correntistas do BB).
Bilheteria: de terça-feira a domingo das 9h às 21h . Website: www.bb.com.br/cultura