
- Hey Fernando, tudo bom? – disse eu , sorrindo, cumprimento um conhecido em um happy hour com amigos no ultimo final de semana.
- tudo ótimo, e você? – ele me responde com certa cara de que não se lembra de mim. Aproveitou e também pergunta meu nome...
- Mauro, respondi.
- Ah, claro! Nossa, quanto tempo, hein? Você sumiu o que aconteceu? Muito trabalho? Você está com uma cara meio cansada... emagreceu?
Pronto, bastou isso para eu ir ver o que estava acontecendo comigo, e me sentir bem deslocado no meio do grupo. Alguma coisa estranha no meu rosto ou roupa, será?! Na verdade, é realmente estranho rever pessoas que conhecemos e não o vimos há meses e partir para um comentário desse tipo.
Mas o que me espanta mesmo é como damos tanto crédito às críticas ruins a ponto de esquecemos das boas. Não precisa de muito, às vezes uma cara de espanto, um vizinho que comentou que não sou muito amigável, ou um ex namorado(a) que falou muito mais que aquela velha frase :“estamos em momentos diferentes” e parte para adjetivos e sinônimos que jamais pensamos poder ser remetidos a nós mesmos (tais como: mimado, egoísta, possessivo...e por aí vai).
Mas voltando à conversa com Fernando... Acho que me saí bem, respirei fundo e disse: - não, imagina! Estou bem, trabalhando, malhando muito e saindo pouco. Estou numa fase bem saudável! Depois que ouvi seus sórdidos comentários percebi que esse nobre amigo passava por situações pessoais nada agradáveis e que momento antes teve uma discussão com a namorada.
Fernando realmente não é uma pessoa que possui hábitos saudáveis. Tem 33 anos, pai de uma linda menina de 5 anos, trabalha que nem louco, fuma um absurdo e, ultimamente, tem ido pouco à academia apesar de ter contratado seu personal trainner. O que acontece com ele é exatamente o que vimos muito por aí: alguém que não está satisfeito com sua rotina diária e se vê incomodado com os bons resultados dos outros e lhe tasca uma crítica. Ah, aqui estou eu alfinetando Fernando no meu Blog! Foi mal, mas que isso acontece, acontece!
Receber críticas ruins faz parte da vida, às vezes, até procuramos recebê-las em vez das boas, eu sou mestre em fazer isso. Parece que não me dou por satisfeito quando alguém elogia meu trabalho, meu texto, ou qualquer outra coisa, fico me perguntando se tudo não passou de um blefe, se sou um blefe....Ai jesussss...que doidera! Mas as críticas ruins quando surgem nos fazem perceber que qualquer que seja e de onde ela venha, o que vai importar é como vemos nós mesmos, quais as críticas que realmente importam se só as boas ou as ruins ou a junção das duas. É nisto que trabalho diariamente.
Um comentário:
Estou numa fase bem ruim, sabia amigo? Sabe sim... e lendo teu post fiquei me perguntando de onde vem a inspiração para escrever sobre tantas coisas, tantos assuntos diferentes e quase sempre reflexivos... E a resposta que chego é que viver é um laboratório magnífico. Hora estamos felizes hora não... e quando uma crítica ruim nos pega na “hora não” é complicado mesmo. Mas dizem que só dá para sair do burraco quando pisamos no fundo dele e pegamos impulso para irmos à nota, e uma critica ruim pode ser também muito boa para essa função na “hora não”. Mas afinal, fiquei curioso para saber como surgiu a idéia deste tema. Tem como? Beijão (critica ruim: para variar sua redação está perfeita, leve e gostosa de ler, parabéns mais uma vez!)
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