domingo, 8 de novembro de 2009


Doutor, a laranja é azul!





Uma curta e rápida passagem pelo Rio de Janeiro é suficiente não só para ir à praia como tabém dar uma checada em algumas das centenas de peças de teatro que a cidade oferece. Neste ultimo final de semana estive no Centro Cultural Banco do Brasil na companhia de amigos para assistir a peça Laranja Azul do dramaturgo inglês Joe Penhal, adaptado por Marcelo Veloso.

Laranja Azul conta o drama entre um negro esquizofrênico e dois psiquiatras em um hospital psiquiátrico londrino, apontando questões como a divergência sobre diagnósticos, problemas políticos relacionados à saúde pública, racismo e jogos de poder.

Para assistir toda essa história antes de entrarmos na sala somos abordados pela equipe de produçao nos oferecendo jalecos brancos e, devidamente trajados nos deparamos com sala branca cercada de cadeiras e no meio uma espécie de laboratório montado (foto). A sensaçao que se tem é a de que iremos assistir uma aula e a de que estaremos julgando as razões das personagens que se esmeram em excelentes atuações. Ficamos no meio de uma disputa de vontades e de verdades. É aquela velha história de quem está com a razão.

Como se vê não é uma peça para rir, mas pelo fato de se tocar em questões tão delicadas que acompanham a humanidade, Laranja Azul oferece um texto bem trabalhado, intenso e cheio de verdades e nao nos deixa sair da sala com aquele peso de história complicada.

No elenco Rogério Fróes (O Bem Amado, Poder Paralelo) faz o médico experiente no alto de sua onipotência, Pedro Brício (Beleza Pura, Pé na Jaca) o estudante de medicina insatisfeito e Rocco Pittanga (Da cor do Pecado, Os Mutantes/Caminhos do Coraçao) o jovem esquizofrênico em que teima dizer que a laranja é azul. São eles que nos deixam com uma agitação por dentro porque conduzem com maestria todos os sentimentos de fúria, arrependimento, decepção, desprezo, ambição e paternalismo que permeiam a peça.

É uma peça curta, mas também com um tema como esses, fica mais acessível nao ultrapassar sessenta minutos. É uma boa chance de mergulhar em algo novo, com propósito, excelente produçao e atuacões.

Por falar em produção nao poderia de deixar de registrar meus agradecimentos ao produtor executivo Roberto Jerônimo que desde sempre nos oferece a melhor recepção carioca e, claro, pelos convites supermegaultravips para ver Laraja Azul.

Ah, a peça fica em cartaz até dia 3 de janeiro de 2010 no CCBB. E mais outro detalhe: não peça informações, caso esteja perdido, a vigilantes que circundam o local, eles não são nada amigáveis com os turistas.


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