segunda-feira, 29 de junho de 2009


UM LEMBRETE DEDICADO À HUMANIDADE


Volta e meia eu ficava imaginando como seria quando a humanidade presenciasse a morte de um grande ídolo de âmbito mundial ainda mais nesta era da informação rápida, dos superconectados. Pois é, agora aconteceu. Foram dezenas de formas de se saber da notícia, fotos, gravações de áudio, vídeo, texto, tudo numa velocidade instantânea. O mundo inteiro chegou a uma comoção sem precedentes sobre a morte de Michael Jackson ou seria a comoção para estar por dentro da notícia, da informação, da comunicação instantânea? A humanidade hoje estaria apenas preocupada em obter noticias a todo o custo ou realmente se comoveu com a morte do cantor?

Eu ainda estava fazendo exercício na esteira na academia com um fone no ouvido quando apenas vi na TV Fátima Bernardes mostrando cenas da carreira de Michael Jackson. Até aí eu não tinha ouvido o que a jornalista tinha comentado. Continuei minha malhação e só quando cheguei em casa alguns minutos depois foi que percebi de que Fátima tinha anunciado em plantão a morte do extraordinário cantor. Corri pro meu twitter e nada! Fora do ar! Liguei na CNN pra obter noticias direto da fonte e lá estava o Larry King conversando por telefone com as estrelas de Hollywood e obtendo novas informações a todo o momento.

Meia hora depois consegui acessar meu twitter e podia ler e ver as fotos trocadas por todo o mundo do corpo de Michael sendo retirado de sua casa por Bombeiros e levado ao hospital. Ao mesmo tempo, na TV, um helicóptero sobrevoava a região e mostrava centenas de pessoas na frente da residência do cantor. Era pouco mais de uma hora da tarde em Los Angeles e sete horas da noite por aqui. Comoção geral, na internet, no rádio, na TV naquela noite de sexta feira, 20 de junho de 2009.

Boa parte do mundo já vía a carreira do cantor em decadência, histórias que tornava o ídolo algo como uma “coisa”, em alguém que se transformou completamente em algo que nos repugnava. Além disso, tinha ainda os fatos de que ele teimava em negar, inclusive as cirurgias plásticas. Isso só diminuía sua credibilidade. Mas de alguma forma o que eu tenho visto é que o fatídico dia em que um canal de fofocas de Hollywood em primeira mão anunciou a morte do cantor tornou-se, na verdade, o dia em que todos nós esquecemos do Frankstein que Michael tinha se transformado e nos agarramos numa comoção planetária lembrando de todo o trabalho que ele produziu e transformou a música. Uma verdadeira ressurreição.

Daí todo mundo correu para a internet, celular, rádio, TV, jornais, revistas e com comentários em todos os cantos,na rua, no trabalho, nos supermercados, academia, bancas de revistas...e por aí vai. Foi uma comoção única, algo que presenciamos de forma instantânea e, contrariando uma resposta afirmativa a uma das perguntas do início do texto, acredito que eu agora posso afirmar de forma contundente que a tecnologia disponível hoje ainda não nos tirou aquilo que tanto nos distingue dos demais: nossa humanidade. Porque o que importa ou tem importado é exatamente aquilo que de alguma forma transformou o mundo inteiro num canteiro de lembranças e muita comoção nos fazendo lembrar, antes de tudo, das coisas boas de uma trajetória intensa e curta que ele passou em vida.


2 comentários:

John Garan disse...

Gostei.
=]

Unknown disse...

Aew,tennho o mesmo pensamento q vc fera!Abraçao!